Post by Senslyn on May 31, 2005 1:36:25 GMT
Ah pois eh!! Aki tá a tao aguardada continuaçao... Enjoy!
IV
A noite já ia alta. Apenas o silêncio fazia companhia ao tempo, que teimoso, não parou nem quebrou a sua rotina.
O vento fazia a erva brincar aos seus pés.
Parecia que tudo se movimentava devagar, demasiado devagar, deixando Sagramor meio nostálgico.
Caminhava incerto, tentando fazer planos mentalmente, de possíveis zonas aonde StoryTeller pudesse eventualmente aparecer.
Mas os tempos tinham mudado, de certo que os seguidores de StoryTeller tinham aumentado, dificultando assim as suas hipóteses de o encontrar.
A busca por StoryTeller era cada vez mais longa.
Ele era bastante bom a esconder-se, e isso fazia com que cada pista que Sagramor conseguisse, se revelavasse completamente inútil.
Desde que deixara o clan, que Sagramor buscava a vingança pela traição de StoryTeller. A principio, por simples lealdade aos seus ex-companheiros. Mas com o passar dos tempos foi-se tornando numa vingança só sua.
Os seus olhos foram desviados até à grande bola de luz cintilante que o céu negro carregava.
A Lua.
Ela fora em tempos testemunha de vários momentos marcantes na sua vida.
Os melhores e … os piores.
- “Espera! Onde vamos?”<br>- “Anda, quero-te mostrar um sítio especial”<br>- “Sensy, é perigoso… Se nos vêem juntos, vai haver problemas.”<br>- “Aonde está a sua coragem, Sr. Sagramor?”<br>- “Está aqui à minha frente.” – disse Sagramor, puxando Sensy para os seus braços.
- “Então se for preciso, nós escondemo-nos. Nós até somos bons nisso e tudo…”
- “Tu és doida!”<br>- “Por ti.”<br>Sagramor apertou Sensy com mais força. Sentiu uma necessidade enorme de lhe dizer o quanto a amava-a. Mas Sensy, parecendo adivinhar o seu pensamento, sorriu-lhe. E lentamente, num beijo terno e demorado, não foram necessárias mais palavras, para ambos entenderem o quanto se amavam.
- “Anda!”<br>E correram os dois.
Enquanto corria, Sagramor olhava fascinado para Senslyn que corria um pouco mais à sua frente. O seu cabelo claro ondulava ao sabor do vento, ela parecia nem sequer tocar o chão. Parecia um anjo a voar, que abria os braços sempre que se virava para ele e o contemplava com um sorriso lindo, que fazia Sagramor sentir-se nas nuvens. Havia qualquer coisa nela, que suplantava a própria beleza humana, ela simplesmente fascinava-o. Havia um fogo que tomava conta dele interiormente sempre que a via, sempre que a tocava. Ele nunca sentira nada assim. Nunca antes sentira o que era o chamado “amor” e se aquilo era isso, então ele considerava-se um homem apaixonado.
Senslyn então parou.
Ele nem se tinha apercebido para onde tinha ela o conduzido.
Era um pequeno lago, escondido pela alta vegetação que o rodeava, e grandes e frondosas árvores que pareciam encantar aquele sítio com um toque de magia.
A Lua Cheia completava o cenário. O seu reflexo na água calma, fazia parecer prata brilhante.
- “É lindo, não é?”
- “Tu é que és linda.” – disse Sagramor, rodeando Senslyn com os seus braços.
- “Este é o lago Lunae, é para aqui que eu fujo, sempre que eu quero estar sozinha.”<br>- “Hum, e é isso que queres agora?”<br>- “Não! Quero estar contigo. Mas se quero que pertenças ao meu mundo, tenho que partilhar os meus pequenos segredos contigo.”<br>- “Oh, que honra! Isso quer dizer que há mais segredos que ainda não foram partilhados, senhorita Sensy?”<br>- “Não podes saber todos de uma vez!! Se não perde-se a magia” – disse Senslyn, rindo.
- “Contigo, a magia é algo que nunca se perde, apenas se cria.”<br>Mas Senslyn não sorriu naquele momento. Em vez disso desviou o seu olhar.
- “Sensy… Que passa?”<br>- “Tenho medo…”
- “Tens medo do quê?”
- “Tenho medo de te perder.”<br>- “Oh, Sensy... Não tenhas! Nunca me irás perder. Nada nem ninguém me vai afastar de ti, nem um demónio, nem um deus! Eu adoro-te, acima de tudo e todos, nunca deixarei que isso aconteça.”<br>- “Mas tu sabes, que se alguém sabe, nós…”
-“Na devida altura saberão, meu amor. E se não aceitarem, simplesmente partimos. Não precisamos de mais ninguém a não ser de nós os dois apenas.”<br>- “Eu confio em ti, Sagramor.”<br>E nada mais disseram.
Sentaram-se na margem do lago. Abraçados, apenas olhando as imensas estrelas que vestiam o céu escuro de luz.
De repente, uma estrela cadente, começou a rasgar o céu, num percurso lento e deixando um rasto de luz cintilante para trás.
Olharam um para o outro, e num pensamento mudo que os uniu, ambos sorriram. Olharam de novo para a pequena estrela cadente e ambos fecharam os olhos.
Dois desejos foram pedidos, mas a dúvida do seu êxito, permanecerá até ao fim.
Ela estava sempre presente no seu pensamento.
A dor enorme de ter quebrado a promessa que lhe fizera, consumia-o dia a pós dia.
Não acreditou quando lhe disseram que ela tinha morrido. O que afinal descobriu mais tarde ter sido tudo culpa sua.
Tinha sido fraco o suficiente para não ter vencido o feitiço que StoryTeller invocara nele. Com isso apenas conseguiu matar o irmão de Senslyn, e quase que a matou com as suas próprias mãos também. E foi esse factor que fez com que ele despertasse do encantamento.
Mas depois veio a confusão.
Por mais que tente não se consegue lembrar do que aconteceu exactamente.
Também a Lua era testemunha naquele momento.
Foi tanta a confusão, corpos a caírem por todo o lado.
O clan que era suposto ser seu aliado, atacava agora os seus companheiros. Viu muitos tombarem, sucumbindo à traição.
Quando tentou alcançar Senslyn, ela recuará e ele não entendeu na altura o porquê. Depois viu-a ser atingida pela seta, a seta que a fez tombar no chão. E nesse momento ele quis ir ter com ela, queria salva-la. Não podia perde-la.
Mas Nurun impediu-o, dizendo que tinham de retirar, ou o clan iria acabar todo chacinado pela mão do clan Grievers. Ele lutou para fazer Nurun entender, mas estava fraco demais para impor a sua razão, acabando por também ele tombar no chão e ter de ser trazido a ombros pelos seus companheiros.
Maldito feitiço!
Aquele acontecimento tinha sido a desgraça de todos.
Viu companheiros serem mortos à traição por um clan, que tinha a sua confiança.
O clan Lusitanos sofreu as consequências desse acontecimento penosamente.
Aqueles que ficaram tombados na aldeia, e não estavam mortos tinham sido feitos prisioneiros pelos Grievers.
Depois, veio a revolta interna.
Muitos decidiram não acompanhar mais o clan, quiseram partir sozinhos, simplesmente para afugentar as almas das vidas inocentes, que por engano tinham ceifado naquela aldeia e agora os atormentava.
Poucos seguiram Nurun.
Sagramor não foi um deles.
Logo nessa noite, quando despertou e conseguiu pôr se de pé, arrancou aquilo que o distinguia como pertencendo aos Lusitanos, o brasão com a insígnia do clan.
Deixando-o simplesmente cair no chão, caminhou revoltado para fora da tenda onde tinha sido deixado a recuperar.
Dos poucos que tinham permanecido, ninguém o viu. Não que ele se tivesse dado a esse trabalho, apenas todos estavam abalados o suficiente com a sua própria magoa.
Havia dois anos que isso acontecera.
Nunca mais ouvira falar dos Lusitanos, nem tão pouco vira um deles.
Mas também não sentia necessidade de saber.
Era uma simples alma atormentada. Vagueava pelas cidades como um fantasma, procurando pistas sobre o clan Grievers ou mesmo sobre o StoryTeller, aproveitando também para se abastecer. Mas ninguém parecia notar nele.
A maior parte do tempo, andava pelos sítios mais sórdidos sempre na esperança de encontrar StoryTeller.
Sabia que não conseguia acabar com a sua mágoa, nem tão pouco fazer desaparecer a imagem de Senslyn, tombada naquele campo de batalha.
Tudo culpa sua. Porque simplesmente não tinha dado ouvidos ao seu coração. Limitou-se a ser leal, e apenas conseguiu perder aquela que mais amava.
Mas não tencionava descansar enquanto não conseguisse a sua vingança.
Foi então que foi surpreendido por algo que o atacou. O que o suposto atacante não adivinhara, é que ele já quase respondia àquele tipo de ataques automaticamente.
Mas de repente parou.
Baixou a sua Samurai Long Sword, e limitou se a caminhar em direcção à criatura que se encontrava à sua frente, sem qualquer tipo de receio. Esta, mostrava-lhe os dentes de raiva, parecendo desnorteada.
- “Nimue?” – disse, fixando a mancha branca que ela tinha no centro do focinho em forma de Lua.
Sim, era ela de certo. Olhou-a então com determinação, mas a pantera continuou a ranger os dentes confusa com a aproximação de Sagramor.
- “Nimue…” – repetiu Sagramor A pantera parou com o seu ranger, e espetou as orelhas de maneira a tentar perceber o que se passava. Baixou então a cabeça em sinal de reconhecimento e caminhou vagarosamente até Sagramor.
- “Pensei que também tu tinhas morrido naquela maldita batalha.”<br>Nimue abanou a cabeça em sinal de negação.
Sagramor e Nimue tinham uma ligação muito especial, ela conseguia comunicar com Sagramor por pensamento. Era um animal abençoado pelo o poder Mentalis, e muito poucos conseguiam progredir até a essa fase. Graças a Senslyn, Nimue aprendeu esse poder. Sendo depois amigos de batalha inseparáveis.
Sagramor acariciou o pêlo brilhante de Nimue. Ela lambeu freneticamente o seu rosto, em sinal de alegria.
- “Oh velha amiga, imagino o que tens passado. Sim, eu sei, mas agora estamos juntos de novo. Sabes que tenho de encontrar StoryTeller não sabes? Ajudas-me? Linda menina…”
A sua cumplicidade não tinha sido afectada, pois eles entendiam-se maravilhosamente.
- “Vamos, temos de continuar com o nosso objectivo. StoryTeller, tem um encontro marcado com a morte.”<br>Finalmente Sagramor não estava mais sozinho, a solidão numa alma tão amargurada, por vezes pode ser perigosa, mas agora tinha Nimue consigo de novo, e um novo alento preencheu o seu coração.
IV
A noite já ia alta. Apenas o silêncio fazia companhia ao tempo, que teimoso, não parou nem quebrou a sua rotina.
O vento fazia a erva brincar aos seus pés.
Parecia que tudo se movimentava devagar, demasiado devagar, deixando Sagramor meio nostálgico.
Caminhava incerto, tentando fazer planos mentalmente, de possíveis zonas aonde StoryTeller pudesse eventualmente aparecer.
Mas os tempos tinham mudado, de certo que os seguidores de StoryTeller tinham aumentado, dificultando assim as suas hipóteses de o encontrar.
A busca por StoryTeller era cada vez mais longa.
Ele era bastante bom a esconder-se, e isso fazia com que cada pista que Sagramor conseguisse, se revelavasse completamente inútil.
Desde que deixara o clan, que Sagramor buscava a vingança pela traição de StoryTeller. A principio, por simples lealdade aos seus ex-companheiros. Mas com o passar dos tempos foi-se tornando numa vingança só sua.
Os seus olhos foram desviados até à grande bola de luz cintilante que o céu negro carregava.
A Lua.
Ela fora em tempos testemunha de vários momentos marcantes na sua vida.
Os melhores e … os piores.
- “Espera! Onde vamos?”<br>- “Anda, quero-te mostrar um sítio especial”<br>- “Sensy, é perigoso… Se nos vêem juntos, vai haver problemas.”<br>- “Aonde está a sua coragem, Sr. Sagramor?”<br>- “Está aqui à minha frente.” – disse Sagramor, puxando Sensy para os seus braços.
- “Então se for preciso, nós escondemo-nos. Nós até somos bons nisso e tudo…”
- “Tu és doida!”<br>- “Por ti.”<br>Sagramor apertou Sensy com mais força. Sentiu uma necessidade enorme de lhe dizer o quanto a amava-a. Mas Sensy, parecendo adivinhar o seu pensamento, sorriu-lhe. E lentamente, num beijo terno e demorado, não foram necessárias mais palavras, para ambos entenderem o quanto se amavam.
- “Anda!”<br>E correram os dois.
Enquanto corria, Sagramor olhava fascinado para Senslyn que corria um pouco mais à sua frente. O seu cabelo claro ondulava ao sabor do vento, ela parecia nem sequer tocar o chão. Parecia um anjo a voar, que abria os braços sempre que se virava para ele e o contemplava com um sorriso lindo, que fazia Sagramor sentir-se nas nuvens. Havia qualquer coisa nela, que suplantava a própria beleza humana, ela simplesmente fascinava-o. Havia um fogo que tomava conta dele interiormente sempre que a via, sempre que a tocava. Ele nunca sentira nada assim. Nunca antes sentira o que era o chamado “amor” e se aquilo era isso, então ele considerava-se um homem apaixonado.
Senslyn então parou.
Ele nem se tinha apercebido para onde tinha ela o conduzido.
Era um pequeno lago, escondido pela alta vegetação que o rodeava, e grandes e frondosas árvores que pareciam encantar aquele sítio com um toque de magia.
A Lua Cheia completava o cenário. O seu reflexo na água calma, fazia parecer prata brilhante.
- “É lindo, não é?”
- “Tu é que és linda.” – disse Sagramor, rodeando Senslyn com os seus braços.
- “Este é o lago Lunae, é para aqui que eu fujo, sempre que eu quero estar sozinha.”<br>- “Hum, e é isso que queres agora?”<br>- “Não! Quero estar contigo. Mas se quero que pertenças ao meu mundo, tenho que partilhar os meus pequenos segredos contigo.”<br>- “Oh, que honra! Isso quer dizer que há mais segredos que ainda não foram partilhados, senhorita Sensy?”<br>- “Não podes saber todos de uma vez!! Se não perde-se a magia” – disse Senslyn, rindo.
- “Contigo, a magia é algo que nunca se perde, apenas se cria.”<br>Mas Senslyn não sorriu naquele momento. Em vez disso desviou o seu olhar.
- “Sensy… Que passa?”<br>- “Tenho medo…”
- “Tens medo do quê?”
- “Tenho medo de te perder.”<br>- “Oh, Sensy... Não tenhas! Nunca me irás perder. Nada nem ninguém me vai afastar de ti, nem um demónio, nem um deus! Eu adoro-te, acima de tudo e todos, nunca deixarei que isso aconteça.”<br>- “Mas tu sabes, que se alguém sabe, nós…”
-“Na devida altura saberão, meu amor. E se não aceitarem, simplesmente partimos. Não precisamos de mais ninguém a não ser de nós os dois apenas.”<br>- “Eu confio em ti, Sagramor.”<br>E nada mais disseram.
Sentaram-se na margem do lago. Abraçados, apenas olhando as imensas estrelas que vestiam o céu escuro de luz.
De repente, uma estrela cadente, começou a rasgar o céu, num percurso lento e deixando um rasto de luz cintilante para trás.
Olharam um para o outro, e num pensamento mudo que os uniu, ambos sorriram. Olharam de novo para a pequena estrela cadente e ambos fecharam os olhos.
Dois desejos foram pedidos, mas a dúvida do seu êxito, permanecerá até ao fim.
Ela estava sempre presente no seu pensamento.
A dor enorme de ter quebrado a promessa que lhe fizera, consumia-o dia a pós dia.
Não acreditou quando lhe disseram que ela tinha morrido. O que afinal descobriu mais tarde ter sido tudo culpa sua.
Tinha sido fraco o suficiente para não ter vencido o feitiço que StoryTeller invocara nele. Com isso apenas conseguiu matar o irmão de Senslyn, e quase que a matou com as suas próprias mãos também. E foi esse factor que fez com que ele despertasse do encantamento.
Mas depois veio a confusão.
Por mais que tente não se consegue lembrar do que aconteceu exactamente.
Também a Lua era testemunha naquele momento.
Foi tanta a confusão, corpos a caírem por todo o lado.
O clan que era suposto ser seu aliado, atacava agora os seus companheiros. Viu muitos tombarem, sucumbindo à traição.
Quando tentou alcançar Senslyn, ela recuará e ele não entendeu na altura o porquê. Depois viu-a ser atingida pela seta, a seta que a fez tombar no chão. E nesse momento ele quis ir ter com ela, queria salva-la. Não podia perde-la.
Mas Nurun impediu-o, dizendo que tinham de retirar, ou o clan iria acabar todo chacinado pela mão do clan Grievers. Ele lutou para fazer Nurun entender, mas estava fraco demais para impor a sua razão, acabando por também ele tombar no chão e ter de ser trazido a ombros pelos seus companheiros.
Maldito feitiço!
Aquele acontecimento tinha sido a desgraça de todos.
Viu companheiros serem mortos à traição por um clan, que tinha a sua confiança.
O clan Lusitanos sofreu as consequências desse acontecimento penosamente.
Aqueles que ficaram tombados na aldeia, e não estavam mortos tinham sido feitos prisioneiros pelos Grievers.
Depois, veio a revolta interna.
Muitos decidiram não acompanhar mais o clan, quiseram partir sozinhos, simplesmente para afugentar as almas das vidas inocentes, que por engano tinham ceifado naquela aldeia e agora os atormentava.
Poucos seguiram Nurun.
Sagramor não foi um deles.
Logo nessa noite, quando despertou e conseguiu pôr se de pé, arrancou aquilo que o distinguia como pertencendo aos Lusitanos, o brasão com a insígnia do clan.
Deixando-o simplesmente cair no chão, caminhou revoltado para fora da tenda onde tinha sido deixado a recuperar.
Dos poucos que tinham permanecido, ninguém o viu. Não que ele se tivesse dado a esse trabalho, apenas todos estavam abalados o suficiente com a sua própria magoa.
Havia dois anos que isso acontecera.
Nunca mais ouvira falar dos Lusitanos, nem tão pouco vira um deles.
Mas também não sentia necessidade de saber.
Era uma simples alma atormentada. Vagueava pelas cidades como um fantasma, procurando pistas sobre o clan Grievers ou mesmo sobre o StoryTeller, aproveitando também para se abastecer. Mas ninguém parecia notar nele.
A maior parte do tempo, andava pelos sítios mais sórdidos sempre na esperança de encontrar StoryTeller.
Sabia que não conseguia acabar com a sua mágoa, nem tão pouco fazer desaparecer a imagem de Senslyn, tombada naquele campo de batalha.
Tudo culpa sua. Porque simplesmente não tinha dado ouvidos ao seu coração. Limitou-se a ser leal, e apenas conseguiu perder aquela que mais amava.
Mas não tencionava descansar enquanto não conseguisse a sua vingança.
Foi então que foi surpreendido por algo que o atacou. O que o suposto atacante não adivinhara, é que ele já quase respondia àquele tipo de ataques automaticamente.
Mas de repente parou.
Baixou a sua Samurai Long Sword, e limitou se a caminhar em direcção à criatura que se encontrava à sua frente, sem qualquer tipo de receio. Esta, mostrava-lhe os dentes de raiva, parecendo desnorteada.
- “Nimue?” – disse, fixando a mancha branca que ela tinha no centro do focinho em forma de Lua.
Sim, era ela de certo. Olhou-a então com determinação, mas a pantera continuou a ranger os dentes confusa com a aproximação de Sagramor.
- “Nimue…” – repetiu Sagramor A pantera parou com o seu ranger, e espetou as orelhas de maneira a tentar perceber o que se passava. Baixou então a cabeça em sinal de reconhecimento e caminhou vagarosamente até Sagramor.
- “Pensei que também tu tinhas morrido naquela maldita batalha.”<br>Nimue abanou a cabeça em sinal de negação.
Sagramor e Nimue tinham uma ligação muito especial, ela conseguia comunicar com Sagramor por pensamento. Era um animal abençoado pelo o poder Mentalis, e muito poucos conseguiam progredir até a essa fase. Graças a Senslyn, Nimue aprendeu esse poder. Sendo depois amigos de batalha inseparáveis.
Sagramor acariciou o pêlo brilhante de Nimue. Ela lambeu freneticamente o seu rosto, em sinal de alegria.
- “Oh velha amiga, imagino o que tens passado. Sim, eu sei, mas agora estamos juntos de novo. Sabes que tenho de encontrar StoryTeller não sabes? Ajudas-me? Linda menina…”
A sua cumplicidade não tinha sido afectada, pois eles entendiam-se maravilhosamente.
- “Vamos, temos de continuar com o nosso objectivo. StoryTeller, tem um encontro marcado com a morte.”<br>Finalmente Sagramor não estava mais sozinho, a solidão numa alma tão amargurada, por vezes pode ser perigosa, mas agora tinha Nimue consigo de novo, e um novo alento preencheu o seu coração.