Post by Senslyn on May 31, 2005 1:41:08 GMT
Ah pois eh!!! Hj vao ter direito a dois capitulos!!! Cmo eu vos adoro bue, fica aki esta pequena surpresa... Mas nao se habituem... ;D
V
Já caminhavam à várias horas. Senslyn estava exausta.
Já não sabia o que era dormir decentemente, fazia várias semanas.
- “Estás bem, Sensy?”<br>Já se tinha habituado ao facto de Pinhas a chamar assim, mas não podia evitar, que cada vez que o ouvia, sentir um pequeno aperto no estômago.
- “Não te preocupes. Só estou um pouco cansada. Não ando a dormir bem.”<br>- “Trazes demasiada mágoa contigo. Ninguém consegue descansar quando a própria alma trava batalhas com a mente.”<br>- “Eu sei Lince, mas não à nada que eu possa fazer. Pelo menos por enquanto.”<br>- “Hey! E se hoje fossemos dormir a uma cidade?”<br>- “Não podemos voltar para trás, Pinhas… Tenho de encontrar o Akay, o quanto antes.”<br>- “Só acho que precisavas de descansar convenientemente, Sensy. Estou preocupado contigo.”<br>Senslyn sorriu. E isso espantou-a de seguida. Já há muito tempo que não sorria espontaneamente assim, alias já nem se lembrava quando tinha sido o seu último sorriso.
Mentira, pensou. Lembrava-se perfeitamente.
Devagar abriu os olhos. Tinha adormecido, não sabia por quanto tempo, mas também não se importou. Virou o rosto e encontrou o de Sagramor. Aparentemente ainda dormia também. Parecia tão sereno. Mas quando o tinha encontrado, ele não estava assim. Estava tenso, nervoso até. Ele não quis falar do que o atormentava, apenas a abraçou, com força.
Senslyn também não perguntou. Se conseguisse conforta-lo apenas com o seu carinho, já se sentiria bastante feliz.
Sentaram-se os dois, de novo à margem do Lago Lunae, o lugar que logo se tornou no ponto de encontro deles. E assim permaneceram até que adormeceram juntos.
Mas ela tinha despertado primeiro. Então limitou se a observar Sagramor enquanto dormia.
A cicatriz que marcava a sua cara, já quase não se notava.
Ela sorriu.
Aquela cicatriz foi feita por ela. No primeiro dia em que se conheceram.
Senslyn tinha sido capturada por um bando de orcs. Foi levada para um acampamento muito estranho e sombrio. Ela ainda não tinha desenvolvido todos os seus feitiços, por isso era uma presa fácil, que o seu descuido a levou àquela situação.
Foi arremessada para uma pequena tenda, onde aparentemente os orcs faziam de estaleiro das suas rudes armas.
Quando foi surpreendida pelo bando, ela resistiu e acabou com um profundo corte na testa, que um estúpido de um orc, lhe tinha feito na tentativa de a pôr inconsciente, com a parte de trás da sua espada tôsca. O que agora lhe dificultava a visão, pois o sangue toldava-lhe a vista.
Passado umas horas de tormenta e luta por se manter consciente, ela ouvi um grande tumulto lá fora.
Esperou que fossem os da sua aldeia que tivessem conseguido seguir o seu rasto até ali.
Com um último sopro de forças, ela arrastou-se até a uma lâmina que estava semi tombada no chão, e tentou então cortar as cordas que amarravam os seus pulsos. Quando finalmente conseguiu, sentiu a presença de alguém entrar na tenda, agarrou então na lâmina cortando as próprias mãos e arremessou-a ao rosto do suposto atacante, que no último segundo se desviou, mas não o suficiente, pois fez-lhe um pequeno golpe no rosto, que quase o podia ter cegado, pois fora logo abaixo do seu olho direito.
Quando se aproximou dela, viu finalmente que não era um orc, mas sim um humano.
- “Tem calma, não te quero fazer mal. Venho ajudar-te!”<br>Ela parou não sabendo exactamente como reagir.
Sagramor esticou a mão na sua direcção oferecendo ajuda, e ela nem pensou. Agarrou nela, e aninhou-se de seguida no seu peito.
Nunca se tinha sentido tão segura, tão protegida, como nos braços daquele completo estranho.
- “Pronto, está tudo bem agora. Anda.”<br>E com cuidado, pegou nela ao colo e caminhou para fora da tenda.
Ela não queria abrir os olhos, tinha medo que tudo não passasse de um sonho, que voltasse de novo para as mãos daqueles imundos orcs.
- “Só havia ela, como prisioneira?” – perguntou Koresma a Sagramor.
- “Só. Ela está ferida. Consegues tratar dela?”<br>- “Claro, trá-la para aqui.”<br>Caminharam para uma pequena clareira, onde Sagramor a pousou gentilmente junto de Koresma.
- “Não te preocupes, ela vai ficar bem.”<br>- “Tenho de ir avisar o Nurun que é melhor partirmos. O Lince e os outros já devem ter chegado ao acampamento trazendo noticias sobre a nossa futura aliança com os Grieves.”<br>- “Foi quase uma perda de tempo termos vindo aqui, Sagramor. Metades destes estúpidos cabeçudos verdes fugiram e já devem ir a caminho para fazerem queixinhas ao Story Teller da nossa presença nas redondezas.”<br>- “Não foi uma total perda de tempo. Salvamos uma vida inocente.” – Sagramor disse olhando para Senslyn, que ainda se encontrava de olhos fechados, meio inconsciente.”<br>- “Vai lá falar com o Nurun e depois vem ter comigo. Esse golpe parece bastante feio. Os orcs chegaram a atacar-te?”<br>- “Não foi bem isso…” – disse sorrindo, afastando-se de seguida em direcção a Nurun.
Senslyn abriu os olhos e assustou-se quando viu uma pantera negra debruçada sobre ela.
- “Não tenhas medo. É apenas Nimue, a pantera do Sagramor.”<br>- “Sagramor?”<br>- “Aquele que te salvou.”<br>Nimue aproximou-se mais e deitou a sua cabeça no colo de Senslyn, ronronando.
- “Deves ser alguém especial, ela não faz isso a ninguém, nem ao próprio Sagramor.”<br>
- “Em que pensas, meu amor?”<br>Estava tão absorvida pelos seus pensamentos que nem notou que Sagramor tinha acabado de despertar também.
- “Pensava no dia em que te fiz essa cicatriz…”
- “Foi o destino que quis que eu desse ouvidos ao Nurun. Porque tive quase para não ter ido com ele, e em vez disso ter acompanhado os meus outros companheiros noutra missão.”<br>- “Oh! E eu já te pedi desculpa as vezes suficientes para te compensar, meu nobre cavaleiro? – Senslyn disse com uma voz marota.
- “Humm… Acho que ainda não… Acho que ainda tens muitas desculpas a dar!!”
Senslyn sorriu e logo beijou Sagramor no intuito de cumprir com a sua suposta obrigação.
- “Assim parece-me bem…”
- “Também acho.” – disse Senslyn, provocando ainda mais Sagramor.
- “Estamos quase, Senslyn.”<br>- “Espero bem que sim, Lince.”<br>- “Hey Lince, depois de encontrarmos Akay, que vais tu fazer?”<br>- “Eu decido na altura, Pinhas. Até lá muita coisa pode acontecer, certo?
- “Pinhas?”<br>- “Sim? Diz linda…”
- “Se quiseres partir depois, estás à vontade. Não te sintas preso, por minha causa.”<br>Pinhas sorriu e fazendo uma vénia a Senslyn disse:
- “É uma honra sentir-me preso a ti.”<br>- “Eu estou a falar a sério! Não quero que deixes de cumprir os teus objectivos.”<br>Pinhas olhou de soslaio para Lince, ele sorria. Alias, ele tinha a certeza que ele conseguia ver muito mais, mas limitava-se ao silêncio.
- “Nesse caso, digo o mesmo que o nosso amigo Lince. Decido na altura.”<br>- “Muito bem. É justo.”<br>Podia-se dizer que o ambiente entre estes três companheiros de viagem era agora de alguma cumplicidade. Não por escolha, mas porque finalmente se tinham adaptado à situação. O que ainda iria trazer muitos benefícios.
V
Já caminhavam à várias horas. Senslyn estava exausta.
Já não sabia o que era dormir decentemente, fazia várias semanas.
- “Estás bem, Sensy?”<br>Já se tinha habituado ao facto de Pinhas a chamar assim, mas não podia evitar, que cada vez que o ouvia, sentir um pequeno aperto no estômago.
- “Não te preocupes. Só estou um pouco cansada. Não ando a dormir bem.”<br>- “Trazes demasiada mágoa contigo. Ninguém consegue descansar quando a própria alma trava batalhas com a mente.”<br>- “Eu sei Lince, mas não à nada que eu possa fazer. Pelo menos por enquanto.”<br>- “Hey! E se hoje fossemos dormir a uma cidade?”<br>- “Não podemos voltar para trás, Pinhas… Tenho de encontrar o Akay, o quanto antes.”<br>- “Só acho que precisavas de descansar convenientemente, Sensy. Estou preocupado contigo.”<br>Senslyn sorriu. E isso espantou-a de seguida. Já há muito tempo que não sorria espontaneamente assim, alias já nem se lembrava quando tinha sido o seu último sorriso.
Mentira, pensou. Lembrava-se perfeitamente.
Devagar abriu os olhos. Tinha adormecido, não sabia por quanto tempo, mas também não se importou. Virou o rosto e encontrou o de Sagramor. Aparentemente ainda dormia também. Parecia tão sereno. Mas quando o tinha encontrado, ele não estava assim. Estava tenso, nervoso até. Ele não quis falar do que o atormentava, apenas a abraçou, com força.
Senslyn também não perguntou. Se conseguisse conforta-lo apenas com o seu carinho, já se sentiria bastante feliz.
Sentaram-se os dois, de novo à margem do Lago Lunae, o lugar que logo se tornou no ponto de encontro deles. E assim permaneceram até que adormeceram juntos.
Mas ela tinha despertado primeiro. Então limitou se a observar Sagramor enquanto dormia.
A cicatriz que marcava a sua cara, já quase não se notava.
Ela sorriu.
Aquela cicatriz foi feita por ela. No primeiro dia em que se conheceram.
Senslyn tinha sido capturada por um bando de orcs. Foi levada para um acampamento muito estranho e sombrio. Ela ainda não tinha desenvolvido todos os seus feitiços, por isso era uma presa fácil, que o seu descuido a levou àquela situação.
Foi arremessada para uma pequena tenda, onde aparentemente os orcs faziam de estaleiro das suas rudes armas.
Quando foi surpreendida pelo bando, ela resistiu e acabou com um profundo corte na testa, que um estúpido de um orc, lhe tinha feito na tentativa de a pôr inconsciente, com a parte de trás da sua espada tôsca. O que agora lhe dificultava a visão, pois o sangue toldava-lhe a vista.
Passado umas horas de tormenta e luta por se manter consciente, ela ouvi um grande tumulto lá fora.
Esperou que fossem os da sua aldeia que tivessem conseguido seguir o seu rasto até ali.
Com um último sopro de forças, ela arrastou-se até a uma lâmina que estava semi tombada no chão, e tentou então cortar as cordas que amarravam os seus pulsos. Quando finalmente conseguiu, sentiu a presença de alguém entrar na tenda, agarrou então na lâmina cortando as próprias mãos e arremessou-a ao rosto do suposto atacante, que no último segundo se desviou, mas não o suficiente, pois fez-lhe um pequeno golpe no rosto, que quase o podia ter cegado, pois fora logo abaixo do seu olho direito.
Quando se aproximou dela, viu finalmente que não era um orc, mas sim um humano.
- “Tem calma, não te quero fazer mal. Venho ajudar-te!”<br>Ela parou não sabendo exactamente como reagir.
Sagramor esticou a mão na sua direcção oferecendo ajuda, e ela nem pensou. Agarrou nela, e aninhou-se de seguida no seu peito.
Nunca se tinha sentido tão segura, tão protegida, como nos braços daquele completo estranho.
- “Pronto, está tudo bem agora. Anda.”<br>E com cuidado, pegou nela ao colo e caminhou para fora da tenda.
Ela não queria abrir os olhos, tinha medo que tudo não passasse de um sonho, que voltasse de novo para as mãos daqueles imundos orcs.
- “Só havia ela, como prisioneira?” – perguntou Koresma a Sagramor.
- “Só. Ela está ferida. Consegues tratar dela?”<br>- “Claro, trá-la para aqui.”<br>Caminharam para uma pequena clareira, onde Sagramor a pousou gentilmente junto de Koresma.
- “Não te preocupes, ela vai ficar bem.”<br>- “Tenho de ir avisar o Nurun que é melhor partirmos. O Lince e os outros já devem ter chegado ao acampamento trazendo noticias sobre a nossa futura aliança com os Grieves.”<br>- “Foi quase uma perda de tempo termos vindo aqui, Sagramor. Metades destes estúpidos cabeçudos verdes fugiram e já devem ir a caminho para fazerem queixinhas ao Story Teller da nossa presença nas redondezas.”<br>- “Não foi uma total perda de tempo. Salvamos uma vida inocente.” – Sagramor disse olhando para Senslyn, que ainda se encontrava de olhos fechados, meio inconsciente.”<br>- “Vai lá falar com o Nurun e depois vem ter comigo. Esse golpe parece bastante feio. Os orcs chegaram a atacar-te?”<br>- “Não foi bem isso…” – disse sorrindo, afastando-se de seguida em direcção a Nurun.
Senslyn abriu os olhos e assustou-se quando viu uma pantera negra debruçada sobre ela.
- “Não tenhas medo. É apenas Nimue, a pantera do Sagramor.”<br>- “Sagramor?”<br>- “Aquele que te salvou.”<br>Nimue aproximou-se mais e deitou a sua cabeça no colo de Senslyn, ronronando.
- “Deves ser alguém especial, ela não faz isso a ninguém, nem ao próprio Sagramor.”<br>
- “Em que pensas, meu amor?”<br>Estava tão absorvida pelos seus pensamentos que nem notou que Sagramor tinha acabado de despertar também.
- “Pensava no dia em que te fiz essa cicatriz…”
- “Foi o destino que quis que eu desse ouvidos ao Nurun. Porque tive quase para não ter ido com ele, e em vez disso ter acompanhado os meus outros companheiros noutra missão.”<br>- “Oh! E eu já te pedi desculpa as vezes suficientes para te compensar, meu nobre cavaleiro? – Senslyn disse com uma voz marota.
- “Humm… Acho que ainda não… Acho que ainda tens muitas desculpas a dar!!”
Senslyn sorriu e logo beijou Sagramor no intuito de cumprir com a sua suposta obrigação.
- “Assim parece-me bem…”
- “Também acho.” – disse Senslyn, provocando ainda mais Sagramor.
- “Estamos quase, Senslyn.”<br>- “Espero bem que sim, Lince.”<br>- “Hey Lince, depois de encontrarmos Akay, que vais tu fazer?”<br>- “Eu decido na altura, Pinhas. Até lá muita coisa pode acontecer, certo?
- “Pinhas?”<br>- “Sim? Diz linda…”
- “Se quiseres partir depois, estás à vontade. Não te sintas preso, por minha causa.”<br>Pinhas sorriu e fazendo uma vénia a Senslyn disse:
- “É uma honra sentir-me preso a ti.”<br>- “Eu estou a falar a sério! Não quero que deixes de cumprir os teus objectivos.”<br>Pinhas olhou de soslaio para Lince, ele sorria. Alias, ele tinha a certeza que ele conseguia ver muito mais, mas limitava-se ao silêncio.
- “Nesse caso, digo o mesmo que o nosso amigo Lince. Decido na altura.”<br>- “Muito bem. É justo.”<br>Podia-se dizer que o ambiente entre estes três companheiros de viagem era agora de alguma cumplicidade. Não por escolha, mas porque finalmente se tinham adaptado à situação. O que ainda iria trazer muitos benefícios.