Post by Senslyn on Jun 30, 2005 21:29:31 GMT
Mais um!!! ;D
V
O tempo parecia ter finalmente amainado. Já não chovia, as nuvens pareciam se desvanecer depressa. Não faltaria muito tempo, até se ver o lindo azul celeste do céu primaveril.
Nurun suspirou.
Ele sentia a tempestade era dentro dele!
Uma raiva e uma tristeza enorme… Como se de um tornado se tratasse.
Levou a mão ao punho da sua espada.
Sentiu uma ânsia de vingança superior a todos os seus princípios de justiça ou razão.
E ele não era assim. Mas aquilo revoltava-o. Por isso se dava ao luxo de sentir aquele sentimento. Alimentava-lhe a esperança de conseguir trazer à luz os culpados por aquele crime odioso.
Mas no meio dos seus pensamentos, algo o trouxe de volta à realidade que o rodeava.
Pressentiu que não estava mais sozinho. Alguém se aproximava.
“Desta vez, vais morrer!!! Eu não sou como as duas crianças que mataste! Eu dar-te-ei luta!”
– pensou para si, puxando bruscamente as rédeas do seu strider, fazendo-o parar instantaneamente.
Desembainhou a sua espada e pôs-se à escuta.
Os elfos tinham a capacidade de se tornar num só com a natureza. Isso ajudava-os a terem melhor noção do perigo que os rodeava e a detectarem o suposto inimigo.
Vinha de facto alguém, em direcção a ele. E percorria aquela estrada bem depressa.
Nurun começou a duvidar se seria o mesmo bando que atacara Fabyus e Su.
Então sentiu, finalmente a presença de Sagramor.
Para quem já tinha deixado as florestas de Elven Treasure fazia muito tempo, as suas capacidades ainda estavam bastante activas.
Guardou de novo a espada e esperou que Sagramor aparecesse.
Para Sagramor ter deixado o acampamento para vir ter com ele, alguma coisa devia ter acontecido.
Começou a divagar em possibilidades. Cada uma mais macabra que a outra.
- “Nurun! Temos um problema!” – disse Sagramor, chegando finalmente junto de Nurun, parando o seu strider.
Nurun apertou mais o punho da sua espada.
Que raio de dia era aquele? Dia das surpresas más?
- “O que é que aconteceu?” – perguntou Nurun.
- “O BloodShark e o Kaya apanharam um orc a vadiar pelo lado Este do acampamento. Trouxeram-no ao pontapé e tive de intervir para o Koresma não o cortar aos pedaços.”
- “Fizeste bem. Vamos então fazer algumas perguntinhas ao nosso amigo orc. Anda!” – disse Nurun, atiçando de novo o seu strider.
Partiram os dois lado a lado. E ambos tinham o mesmo receio. Talvez tudo se torna-se infrutífero, e isso não seria de facto um bom pressagio para o clan.
Entretanto no acampamento, Orelhas tentava falar com Koresma, que parecia agora mais resignado à dor, do que propriamente um dwarf com tendências homicidas.
- “Koresma, todos nós entendemos que eras muito apegado à Su, mas tens de entender que o lema do clan, não é chacinar sem razão.” – disse Orelhas.
Koresma não respondeu. Estava, com todo o cuidado, a acabar de pôr o óleo na Su.
Orelhas estava de costas para Koresma, em sinal de respeito para com Su, mas o facto de Koresma não lhe responder, ignorando-o com tanto fervor, estava a começar a irrita-lo e ele não era um dark elfo assim tão de fácil irritar.
- “O Nurun não deve tardar em chegar. Logo logo isto tudo estará resolvido.” – insistiu Orelhas.
De novo um silêncio incomodativo…
- “Vais ver, justiça irá ser feita. É só uma questão de tempo…” – disse Orelhas.
- “Tempo… Estas duas crianças tinham uma vida inteira à sua frente, e tu vens-me falar de tempo??? Desaparece daqui, farrusco de um diabo!” – disse Koresma precipitando-se para cima de Orelhas com o seu machado, sobressaltando-o.
- “Hey! Tens lá calma! Eu não sou o inimigo! yannno ehrr ssemm…” – Orelhas pronuncio um feitiço, que fez Koresma largar o machado e ficar suspenso no ar, paralisado. – “Ok! Agora suponho que me vás ouvir! É assim, tens demasiada mágoa, demasiado rancor, dentro de ti. Isso são sentimentos que te levam para o lado das trevas. Começas a não ter discernimento das acções que fazes. E pelas atitudes que eu acabei de assistir directamente direccionadas a mim, eu diria que estás a um passo de virares um dwarf filho da mãe, mais preto na alma do que eu na minha pele. E deixa-me que te conte, que para voltares ao normal depois, eu vou ter de te possuir. Ah pois é!!! Deixei-te a pensar não é? Só não sabes é de que maneira… Enfim, espero que tenhas ouvido tudo direitinho e que ponderes mais na tua atitude daqui para a frente. Os homens precisam de um velhote para tirar exemplos, mas exemplos bons! Não exemplos de carnificina levada pelo rancor e o ódio! Isso são sentimentos tão impuros… Sim, eu sei. Dois dos nossos companheiros morreram… E sinto imenso a sua falta, mas não me permito a sentir esse tipo de sentimentos, porque sei que vão toldar o meu senso. Bem, acho que já entendeste. Yannno ehrr nnnnnamenn ” – dizendo isto, Orelhas pousou gentilmente Koresma no chão.
Na realidade estava à espera de ser atacado por ele, mas a sua reacção espantou-o.
- “Tens razão, Orelhas. Eu falhei. Não consegui estar quando a Su precisou de mim, mas agora já não há nada a fazer. Lamento muito pelo meu comportamento.” – e dizendo isto, Koresma voltou de novo para junto de Su, para completar a sua tarefa.
Orelhas não sabia bem ao certo o resultado daquele seu abanão, mas esperou que fosse positivo.
Ouviu então algum burburinho lá fora. Nurun devia ter voltado.
- “Vai. Eu fico aqui a terminar o que estou a fazer. Resolvam na melhor maneira isso. Se precisarem de mim, já sabes aonde estou.” – disse Koresma, sem olhar para Orelhas.
- “Assim farei, Koresma. Até já.” – disse Orelhas, saindo da tenda.
O que ele não sabia, era que Koresma tinha outro plano em mente, que por enquanto iria ficar em suspenso, para ver no que é que aquilo iria dar.
Olhou para Su e foi então que descobriu algo invulgar que atraiu a sua atenção.
No seu baixo ventre, Su tinha um nome tatuado.
Ellane.
Era de facto um nome de humano, mas era estranho. Ela sempre dissera que o seu nome era Su. Para quê mentir sob o seu nome verdadeiro?
Não. Deveria haver outro significado.
Aquele nome deveria pertencer a alguém que lhe era querido. Talvez fosse o nome da mãe, ou quem sabe de alguma irmã. Ela nunca confessou muita coisa do seu passado e Koresma nunca insistiu muito nisso, pois sempre tivera a percepção que deveria ser de algum modo traumático para ela. E tudo o que ele queria, era que ela se sentisse confortável.
Aquilo deixou-o curioso. E não iria descansar enquanto não cessasse a sua curiosidade.
V
O tempo parecia ter finalmente amainado. Já não chovia, as nuvens pareciam se desvanecer depressa. Não faltaria muito tempo, até se ver o lindo azul celeste do céu primaveril.
Nurun suspirou.
Ele sentia a tempestade era dentro dele!
Uma raiva e uma tristeza enorme… Como se de um tornado se tratasse.
Levou a mão ao punho da sua espada.
Sentiu uma ânsia de vingança superior a todos os seus princípios de justiça ou razão.
E ele não era assim. Mas aquilo revoltava-o. Por isso se dava ao luxo de sentir aquele sentimento. Alimentava-lhe a esperança de conseguir trazer à luz os culpados por aquele crime odioso.
Mas no meio dos seus pensamentos, algo o trouxe de volta à realidade que o rodeava.
Pressentiu que não estava mais sozinho. Alguém se aproximava.
“Desta vez, vais morrer!!! Eu não sou como as duas crianças que mataste! Eu dar-te-ei luta!”
– pensou para si, puxando bruscamente as rédeas do seu strider, fazendo-o parar instantaneamente.
Desembainhou a sua espada e pôs-se à escuta.
Os elfos tinham a capacidade de se tornar num só com a natureza. Isso ajudava-os a terem melhor noção do perigo que os rodeava e a detectarem o suposto inimigo.
Vinha de facto alguém, em direcção a ele. E percorria aquela estrada bem depressa.
Nurun começou a duvidar se seria o mesmo bando que atacara Fabyus e Su.
Então sentiu, finalmente a presença de Sagramor.
Para quem já tinha deixado as florestas de Elven Treasure fazia muito tempo, as suas capacidades ainda estavam bastante activas.
Guardou de novo a espada e esperou que Sagramor aparecesse.
Para Sagramor ter deixado o acampamento para vir ter com ele, alguma coisa devia ter acontecido.
Começou a divagar em possibilidades. Cada uma mais macabra que a outra.
- “Nurun! Temos um problema!” – disse Sagramor, chegando finalmente junto de Nurun, parando o seu strider.
Nurun apertou mais o punho da sua espada.
Que raio de dia era aquele? Dia das surpresas más?
- “O que é que aconteceu?” – perguntou Nurun.
- “O BloodShark e o Kaya apanharam um orc a vadiar pelo lado Este do acampamento. Trouxeram-no ao pontapé e tive de intervir para o Koresma não o cortar aos pedaços.”
- “Fizeste bem. Vamos então fazer algumas perguntinhas ao nosso amigo orc. Anda!” – disse Nurun, atiçando de novo o seu strider.
Partiram os dois lado a lado. E ambos tinham o mesmo receio. Talvez tudo se torna-se infrutífero, e isso não seria de facto um bom pressagio para o clan.
Entretanto no acampamento, Orelhas tentava falar com Koresma, que parecia agora mais resignado à dor, do que propriamente um dwarf com tendências homicidas.
- “Koresma, todos nós entendemos que eras muito apegado à Su, mas tens de entender que o lema do clan, não é chacinar sem razão.” – disse Orelhas.
Koresma não respondeu. Estava, com todo o cuidado, a acabar de pôr o óleo na Su.
Orelhas estava de costas para Koresma, em sinal de respeito para com Su, mas o facto de Koresma não lhe responder, ignorando-o com tanto fervor, estava a começar a irrita-lo e ele não era um dark elfo assim tão de fácil irritar.
- “O Nurun não deve tardar em chegar. Logo logo isto tudo estará resolvido.” – insistiu Orelhas.
De novo um silêncio incomodativo…
- “Vais ver, justiça irá ser feita. É só uma questão de tempo…” – disse Orelhas.
- “Tempo… Estas duas crianças tinham uma vida inteira à sua frente, e tu vens-me falar de tempo??? Desaparece daqui, farrusco de um diabo!” – disse Koresma precipitando-se para cima de Orelhas com o seu machado, sobressaltando-o.
- “Hey! Tens lá calma! Eu não sou o inimigo! yannno ehrr ssemm…” – Orelhas pronuncio um feitiço, que fez Koresma largar o machado e ficar suspenso no ar, paralisado. – “Ok! Agora suponho que me vás ouvir! É assim, tens demasiada mágoa, demasiado rancor, dentro de ti. Isso são sentimentos que te levam para o lado das trevas. Começas a não ter discernimento das acções que fazes. E pelas atitudes que eu acabei de assistir directamente direccionadas a mim, eu diria que estás a um passo de virares um dwarf filho da mãe, mais preto na alma do que eu na minha pele. E deixa-me que te conte, que para voltares ao normal depois, eu vou ter de te possuir. Ah pois é!!! Deixei-te a pensar não é? Só não sabes é de que maneira… Enfim, espero que tenhas ouvido tudo direitinho e que ponderes mais na tua atitude daqui para a frente. Os homens precisam de um velhote para tirar exemplos, mas exemplos bons! Não exemplos de carnificina levada pelo rancor e o ódio! Isso são sentimentos tão impuros… Sim, eu sei. Dois dos nossos companheiros morreram… E sinto imenso a sua falta, mas não me permito a sentir esse tipo de sentimentos, porque sei que vão toldar o meu senso. Bem, acho que já entendeste. Yannno ehrr nnnnnamenn ” – dizendo isto, Orelhas pousou gentilmente Koresma no chão.
Na realidade estava à espera de ser atacado por ele, mas a sua reacção espantou-o.
- “Tens razão, Orelhas. Eu falhei. Não consegui estar quando a Su precisou de mim, mas agora já não há nada a fazer. Lamento muito pelo meu comportamento.” – e dizendo isto, Koresma voltou de novo para junto de Su, para completar a sua tarefa.
Orelhas não sabia bem ao certo o resultado daquele seu abanão, mas esperou que fosse positivo.
Ouviu então algum burburinho lá fora. Nurun devia ter voltado.
- “Vai. Eu fico aqui a terminar o que estou a fazer. Resolvam na melhor maneira isso. Se precisarem de mim, já sabes aonde estou.” – disse Koresma, sem olhar para Orelhas.
- “Assim farei, Koresma. Até já.” – disse Orelhas, saindo da tenda.
O que ele não sabia, era que Koresma tinha outro plano em mente, que por enquanto iria ficar em suspenso, para ver no que é que aquilo iria dar.
Olhou para Su e foi então que descobriu algo invulgar que atraiu a sua atenção.
No seu baixo ventre, Su tinha um nome tatuado.
Ellane.
Era de facto um nome de humano, mas era estranho. Ela sempre dissera que o seu nome era Su. Para quê mentir sob o seu nome verdadeiro?
Não. Deveria haver outro significado.
Aquele nome deveria pertencer a alguém que lhe era querido. Talvez fosse o nome da mãe, ou quem sabe de alguma irmã. Ela nunca confessou muita coisa do seu passado e Koresma nunca insistiu muito nisso, pois sempre tivera a percepção que deveria ser de algum modo traumático para ela. E tudo o que ele queria, era que ela se sentisse confortável.
Aquilo deixou-o curioso. E não iria descansar enquanto não cessasse a sua curiosidade.