Post by Senslyn on Aug 8, 2005 16:54:14 GMT
VIII
Enquanto caminhava, sentia a raiva tomar conta dele.
Como é que Verónica tinha coragem em persistir naquele assunto ridículo?
Ainda por cima ensinar o poder da Visão a um Orc mago qualquer e ter a ousadia de o mandar ao encontro dos Lusitanos e esperar ser bem sucedida?
Lince parou o seu caminhar pesado e sacou do seu arco.
Olhou para ele, e durante uns segundos, a ideia mais absurda passou-lhe pela cabeça.
Mas o que o seu coração ainda sentia, apesar de o contrariar com fervor, anulou-lhe aquele pensamento e fez com que ele ainda se sentisse pior.
Voltou a baixar o arco, relutante.
A sua mão agarrava-o com firmeza, tanta que o arco quase que dava de si.
Fechou os olhos.
Sentiu uma necessidade enorme de encontrar Verónica. Não com qualquer sentido de maldade, mas sim apenas por saudade.
Estranhamente, ao contrário do que tentava todos os dias dizer a si mesmo, sentia falta de Verónica. E o facto de já não a ver para cima de quatro Luas, deixava-o completamente desconsolado.
Por isso reagia de forma agressiva com todos. O que o clan desculpava, pois todos tinham direito aos seus dias maus e aos seus próprios demónios atormentadores.
Mas o que Lince não esperava, era que Verónica enviasse um orc mago, tentar convencer o clan de algo que ninguém queria acreditar. Incluindo ele.
Ixilton.
Não tinha esperança alguma, no bom sucesso da missão daquele orc dentro do clan.
Não que os Lusitanos fossem uns selvagens, mas apenas não havia lugar para calma e compreensão, quando companheiros eram brutalmente chacinados, sem qualquer razão ou dignidade.
Começou a caminhar de volta ao acampamento.
Ter saído assim tão bruscamente, sem ninguém ter percebido a razão, não tinha sido a coisa mais sensata.
Então parou de novo.
Nem todos tinham achado a sua saída tão insensata assim.
Teve a impressão que Ixilton, se devia ter apercebido muito bem do que o levara a despontar aquele ataque de raiva e virar costas dali.
Afinal o seu objectivo era abanar as fundações de confiança do clan Lusitanos.
Pois o pior que se pode ter, é um clan regido pela dúvida e a assombração de um falhanço inevitável à sua frente. Isso assustava qualquer homem.
Decidiu então caminhar de volta ao acampamento, relutante, mas ciente das suas responsabilidades.
Ele não podia ser mais um gerador de conflitos naquele momento. Já bastava aqueles que se geravam por si sós.
Mas enquanto caminhava, sentiu.
Sentiu no ar uma presença familiar.
A presença que preenchia ainda hoje, o seu coração.
Sentiu o coração bater com mais força.
Estava a deixar a sua mente ir por caminhos traiçoeiros. Não se podia deixar mergulhar em memórias passadas, pois sempre que o fazia, ele podia jurar que se sentia perto de Verónica, como se num passo mágico, as suas almas se juntassem num plano superior.
Oh que idiotice!
Tinha mesmo de aprender a controlar melhor as suas emoções, porque senão, eram partidas constantes a acontecerem.
O que Lince não desconfiava, é que Verónica, estava de facto bem mais próxima dele, naquele momento, do que esteve nos últimos tempos em que não a via.
Mas a ironia é assim, sarcástica às vezes.
Enquanto que ele sentiu pela primeira vez o que era se sentir impotente em relação ao sentimento da saudade, Verónica por outro lado estava a presenciar um momento único de alegria na sua vida.
Os sentimentos eram diferentes, mas havia um que ambos sentiam também naquele momento…
A insegurança.
A insegurança de falharem.
Enquanto caminhava, sentia a raiva tomar conta dele.
Como é que Verónica tinha coragem em persistir naquele assunto ridículo?
Ainda por cima ensinar o poder da Visão a um Orc mago qualquer e ter a ousadia de o mandar ao encontro dos Lusitanos e esperar ser bem sucedida?
Lince parou o seu caminhar pesado e sacou do seu arco.
Olhou para ele, e durante uns segundos, a ideia mais absurda passou-lhe pela cabeça.
Mas o que o seu coração ainda sentia, apesar de o contrariar com fervor, anulou-lhe aquele pensamento e fez com que ele ainda se sentisse pior.
Voltou a baixar o arco, relutante.
A sua mão agarrava-o com firmeza, tanta que o arco quase que dava de si.
Fechou os olhos.
Sentiu uma necessidade enorme de encontrar Verónica. Não com qualquer sentido de maldade, mas sim apenas por saudade.
Estranhamente, ao contrário do que tentava todos os dias dizer a si mesmo, sentia falta de Verónica. E o facto de já não a ver para cima de quatro Luas, deixava-o completamente desconsolado.
Por isso reagia de forma agressiva com todos. O que o clan desculpava, pois todos tinham direito aos seus dias maus e aos seus próprios demónios atormentadores.
Mas o que Lince não esperava, era que Verónica enviasse um orc mago, tentar convencer o clan de algo que ninguém queria acreditar. Incluindo ele.
Ixilton.
Não tinha esperança alguma, no bom sucesso da missão daquele orc dentro do clan.
Não que os Lusitanos fossem uns selvagens, mas apenas não havia lugar para calma e compreensão, quando companheiros eram brutalmente chacinados, sem qualquer razão ou dignidade.
Começou a caminhar de volta ao acampamento.
Ter saído assim tão bruscamente, sem ninguém ter percebido a razão, não tinha sido a coisa mais sensata.
Então parou de novo.
Nem todos tinham achado a sua saída tão insensata assim.
Teve a impressão que Ixilton, se devia ter apercebido muito bem do que o levara a despontar aquele ataque de raiva e virar costas dali.
Afinal o seu objectivo era abanar as fundações de confiança do clan Lusitanos.
Pois o pior que se pode ter, é um clan regido pela dúvida e a assombração de um falhanço inevitável à sua frente. Isso assustava qualquer homem.
Decidiu então caminhar de volta ao acampamento, relutante, mas ciente das suas responsabilidades.
Ele não podia ser mais um gerador de conflitos naquele momento. Já bastava aqueles que se geravam por si sós.
Mas enquanto caminhava, sentiu.
Sentiu no ar uma presença familiar.
A presença que preenchia ainda hoje, o seu coração.
Sentiu o coração bater com mais força.
Estava a deixar a sua mente ir por caminhos traiçoeiros. Não se podia deixar mergulhar em memórias passadas, pois sempre que o fazia, ele podia jurar que se sentia perto de Verónica, como se num passo mágico, as suas almas se juntassem num plano superior.
Oh que idiotice!
Tinha mesmo de aprender a controlar melhor as suas emoções, porque senão, eram partidas constantes a acontecerem.
O que Lince não desconfiava, é que Verónica, estava de facto bem mais próxima dele, naquele momento, do que esteve nos últimos tempos em que não a via.
Mas a ironia é assim, sarcástica às vezes.
Enquanto que ele sentiu pela primeira vez o que era se sentir impotente em relação ao sentimento da saudade, Verónica por outro lado estava a presenciar um momento único de alegria na sua vida.
Os sentimentos eram diferentes, mas havia um que ambos sentiam também naquele momento…
A insegurança.
A insegurança de falharem.